É
quase um lugar comum dizer que viajar de comboio na Índia é uma experiência inigualável. O que tem de
enriquecedora, por fazer parte do processo de vivência cultural do país, tem de
desafiante. As estações de
comboio são enormes e confusas, onde circulam centenas de pessoas: viajantes,
vendedores e pedintes. É preciso chegar cedo para se ter tempo suficiente para
encontrar a linha e as carruagem certas. Carruagens que estão divididas em
várias classes, para todos os estratos sociais. Para os estratos mais baixos, a
Classe G (Geral), carruagens com bancos em madeira, sempre sobrelotadas. Como
os lugares não são garantidos, as pessoas vão chegando à estação bastante cedo,
e colocam-se em “fila indiana” (pela primeira vez pensei nas origens desta
palavra, e como faz sentido!!) para garantirem um lugar. Nós viajamos na sleeper
class (tivemos duas viagens de 12 horas), carruagens onde se encontra do
mochileiro (como era o nosso caso) a famílias grandes e com muitas
crianças. A disposição das camas é em beliche, verticalmente colocados (3+3), não
tem lençóis, a janela é aberta (porque não tem AC, apenas três ventoinhas no
tecto) e não tem cortinas a isolar as cabines. A classe sleeper é geralmente suja,
muito movimentada, com pessoas sentadas no nosso lugar e as casas de banho são
particularmente desagradáveis. Se me perguntarem se foi fácil, digo que não!!
Se me perguntarem se repetia, a minha resposta é convictamente afirmativa... Ok,
ok, o Ar Condicionado tinha ajudado um pouco!! J Foi no total espírito de aventura!
(publicado a 30 setembro 2016)
(publicado a 30 setembro 2016)
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