Para
quem chega a Nova Delhi pela primeira vez o choque inicial é grande, diria que,
mais do que um choque cultural, é um choque de sentidos... não há um único
sentido que não se apure: são imensas as cores, intensos os odores, diversos e
picantes os paladares. Buzinhas insurdecedoras, transito caótico e altos níveis
de poluição. Milhares de pessoas a circular pelas ruas, a discutir e a regatear
preços, a cozinhar, a vender e a comer. Convive-se com a miséria, com a falta
de higiene e com os esgotos e lixeiras a céu aberto, que são partilhados por
pessoas e animais. Depois temos a riqueza histórica e cultural que encontramos
em qualquer esquina e viela, onde se erguem pequenos e grandes templos, de
ornamentos sem igual. Por todos os lados há imagens
dos deuses do hinduísmo, como Brahma, Shiva, Ganesha ou Krishna, adorados e
reverenciados por quem por eles passa.

A culinária indiana é outro desafio para o nosso
organismo pouco habituado a comida (muito) picante. Até a comida “no spicy” era
de bradar aos céus! Os temperos seduzem pelas suas cores e aromas, o que torna
a comida irresistível... e com ela os problemas gastro-intestinais J Dos tandoori aos talis, sempre acompanhados
pelo chapatis (pão fino feito de farinha de trigo), a gastronomia indiana é
muito diversificada. Sem esquecer do chai (chá), sempre pronto a servir!
Viver Nova Deli foi muito mais do que a visita
aos monumentos (Red Fort, Jama
Masjid, Portão da Índia,Templo
de Lótus), foi viver a cidade por dentro. Percorrer as suas ruas feitas de frenesim, sentir os seus cheiros (do incenso
ao pérfido), andar de transportes públicos, conversar com as pessoas e tirar
fotografias com elas (é muito comum pedirem para tirarem
fotos connosco. Homens, mulheres, famílias inteiras), ir ao cinema (não apenas
pelo filme, mas pela experiência. É só preciso baixar
as resistências culturais).
(publicado a 5 out 2016)
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