Hoje tenho
noção que não fui eu que o escolhi, foi ele que me escolheu, quando saiu
desenfreado a correr na minha direção, tinha ele 5 meses.
Comigo há três anos,
tornou-se o meu companheiro inseparável. No início resisti a esta dádiva de
amor. Eu dava pouco, ele dava-me tudo. Hoje, eu dou-lhe tudo e ele consegue
dar-me ainda mais. Não esteve sempre na minha vida, mas faz a minha vida
inteira, pelo seu amor incondicional e por me ensinar a amar, a priorizar o
outro, a cuidar e a demonstrar carinho. Talvez seja por isso que eles vivem
menos tempo do que nós, porque não precisam de tanto tempo como nós para
aprender a amar, a perdoar e a ser felizes. Como diz no filme Marley
and Me é
impressionante quanto amor e alegria eles trazem para nossas vidas, e quanto
nos aproximamos uns dos outros por causa deles.
É nas partilhas do dia-a-dia
que tudo faz sentido e é nelas que consolidamos o elo de confiança. Enquanto eu
chego a casa do trabalho sem energia e sem paciência, ele está pronto para
correr, pular e brincar, revitalizando o meu dia. Com os seus olhos redondos,
escuros, expressivos e cheios de vida é impossível chatear-me com ele e, quando
o faço, enche-me de mimos, afinal a minha atenção parece ser mais importante do
que o seu orgulho. Partilhámos o sofá, e ele consegue ficar sempre com o melhor
sítio... preferencialmente no meu colo. Vai comigo para todo o lado, mesmo sem
ser convidado. Não tenho roupa que não tenha pelos (e isso não me chateia
nada). Passeamos muito, vamos à praia, corremos q.b, e temos imensas conversas,
às quais ele responde com um roncar intervalado por grunhidos como se estivesse
engasgado :-) É um elemento da família e ponto. E sobre isso não há discussão.
Se
“humanizar” os nossos animais não é bom, porque passamos por cima das suas
necessidades, eles têm o poder imenso de nos humanizar, porque nos tornam
pessoas melhores... e só por isso vale a pena!! ★
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