Uns dias de férias e lá fomos nós. Preparamos as malas, atestamos o depósito e pusemo-nos à estrada. O espírito estava em alta. Só sabíamos o destino. O percurso até lá foi feito de vontades. Aprendi que uma road trip é uma das formas mais íntimas de experienciar uma viagem inesquecível e que a espontaneidade é o melhor dos seus predicados. É preciso alguma coragem, bastante entusiasmo e a companhia certa, pois vamos compartilhar com essa pessoa todos os momentos, a que acresce o facto de serem viagens em que a parvoíce pode atingir níveis preocupantes J! Por isso, tem de ser alguém com quem te dês muito bem e com quem te identifiques. Com quem gostes muito de falar, mas também de estar em silencio. E nestas coisas não há regras, há sintonias. Não há exigências, há partilhas. Não há horários, há compromissos...
Uns dias de férias e lá
fomos as duas.
Numa road trip a viagem é o
epicentro onde tudo acontece. E a maxima deve ser “what happens in Vegas stays
in Vegas”. Não há road trip sem playlist. Cantar (diria mais, murmurar!) e
fazer coreografias faz parte do portfólio de coisas giras. Pode ser de MEDO,
mas vale a diversão. Aqui entre nós, foi a música “Despacito” que ganhou na
animação... basta perguntar aos carros que passaram por nós pelas estradas
deste país J. À medida que as horas passam, começamos a falar com acentos variados, a
imitar vozes e a irritarmo-nos mutuamente. Um misto de Friends com O Sexo e a Cidade.
Vamos preparadas com lanches light... é a maça, a melancia cortadinha, os
frutos secos, a água para hidratar, mas depois é na pizza que nos deleitamos,
numa qualquer esplanada virada para o mar. Em cada paragem, um rol de selfies, qual casting de moda! É a iluminação, é a paisagem, é a pose,
é o filtro xpto... todo uma arte que termina em 50 fotos apagadas e uma de
jeito! Pelo caminho, exploramos lugares... e lá permanecemos o tempo que a
nossa alma pede... ou que a vontade de ir, outra vez, à casa de banho exige J Esta cena de dizerem que a água emagrece, dá nisto! Apps, apps, apps para tudo... para ver o tempo, para ouvir e pesquisar música, para saber localizações e eventos, para... para... Bem, que nada nos falte!
O destino (quando há!) é
também parte integrante da viagem. Nele há um mundo de possibilidades, basta a
vontade (partilhada). E é assim que se passa horas à conversa com um casal
francês que partilhou mesa conosco no Mercado da Ribeira ou que se dá um salto
a Sesimbra só porque alguém teve vontade de comer ameijoas à bolhão pato. Ao
não ter muitos planos, não há nada que os estrague... nem o mau tempo J. Não fizemos tanta praia como queríamos, mas visitamos exposições e
monumentos entre os pingos da chuva. Conversamos imenso nas esplanadas
ribeirinhas a ver o por-do-sol, “patrocinadas por uma bebida qualquer”. Andamos
pela baixa, sempre “em alta” com a animação de rua. Descobrimos novos lugares
empurradas pelo vento. Saímos, gargalhamos, e divertimo-nos. Para isso não há App!!
Uns dias de férias que terminaram, e lá regressamos as duas... com mais uma mala cheia de aventuras, e muitos (outros) planos na manga.
Uns dias de férias que terminaram, e lá regressamos as duas... com mais uma mala cheia de aventuras, e muitos (outros) planos na manga.
Terreiro do Paço, Lisboa |
Cais Sodré, Lisboa |
Sesimbra |
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Mercado da Ribeira, Time Out Lisboa com Sylvette & Jean-Luc |
Óbidos |
Fotos pessoais tiradas por Vera Duarte e Teresa Castro
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