quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Perder-se num Museu: assim é visitar Roma (cont.)

Na crónica anterior tentei evidenciar como visitar Roma é perder-se num Museu. Sem clichés, é uma verdade incontornável! Mas o que pode tornar uma verdade incontornável num momento (in)esquecível? Saint-Exupéry diria que “foi o tempo que (lhe) dedicaste”. Não poderia concordar mais. Quando dedicamos tempo conseguimos ouvir os batimentos da cidade. Ela nos leva no seu ritmo, encantando-nos ou decepcionando-nos... mas não é tudo parte do mesmo enamoramento?
Para mim, Roma foi feita para ser calcorreada...Passear pelos bairros típicos, como o Bairro Trastevere, que nos conquista com o seu ar boémio, mas tranquilo, e nos faz andar pelas suas ruas calcetadas e becos simpáticos, cheios de vida, avizinhadas por pequenas igrejas, fontes e imagens medievais. Visitar os jardins da Villa Borghese, que são uma combinação perfeita entre a natureza e a arte de Roma. Não interessa se a caminhada é feita a pé, de segway, de bicicleta ou de patins em linha... o que interessa é que se vá! Caminhar pelas margens do Rio Tibre, cosendo as suas margens ao cruzar as inúmeras pontes. Belas, como se querem, grandiosas como se espera. Como são lindas as cidades com rio dentro! Andar pelas ruas comerciais, como a Via del Babuíno, Via della Croce, Via Condutti,  feitas de charme e de gente bonita,  com o luxo a cada esquina, onde só as carteiras mais destemidas podem entrar.
É neste tempo que dedicamos à cidade e aos seus ritmos que construímos a nossa história com ela. Quando a viagem a Roma fizer memória, estou certa que será aquele chá quente, ao pôr do sol de um dia de inverno, com vista para a Basílica de São Pedro, que me fará recordar o Castel Sant’Angelo e todos os monumentos históricos que ele simbolizaOu o cappuccino que tomei num bar-biblioteca de uma qualquer rua de Roma, que me trará a imagem das suas gentes e da sua cultura. Que será a lembrança dos dois padres de batina preta a correr pelo Vaticano fora, como num qualquer livro de Dan Brown, que me transportará para Praça de São Pedro e para os mistérios e segredos que Roma parece esconder.
Construí uma história bonita com Roma, nem por isso deixo de ter presente que ela comporta, também, os perigos de uma grande cidade turística. Mas estou certa que quando a viagem a Roma fizer memória, quererei regressar para ver as quantas outras coisas que ficaram por visitar. Afinal, só no fim é que devia estar a começar...







Bairro Trastevere

Jardins Villa Borghese





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