Se me perguntarem, qual é a melhor forma de conhecer Roma? A minha
resposta é só uma: perdendo-se em Roma. Os mapas servem o destino, não o
caminho. Andando pela cidade vamos sendo arrebatados, em cada
esquina, pela sumptuosidade dos edifícios, pela profusão das diferentes talhas
arquitetónicas, ou pela surpresa dos pequenos detalhes encrustados nas paredes
ou no chão. Como dizia Hans Christian Andersen, "Roma é como um livro de
fábulas, em cada página encontras-te com um prodígio".
Quando nos perdemos em Roma, caminhamos pelos 2700 anos de história. Em muitas
ruas e praças o tempo parece parar. Suspenso, permite viver
as reminiscências da grandeza da Roma imperial. E aqui há visitas que são
obrigatórias, porque nos contam a História, cheia de histórias de amor e
crueldade, de luta e coragem.
Como podemos perder a grandiosidade e a imponência do Colosseo, do Foro Romano (e demais fóruns espalhados pela
cidade) e do Palatino, símbolos do
Império Romano (1)? Mergulhamos
na Era de Nero, Júlio César, Calígula ou Cómodo... imergimos no tempo dos
gladiadores. Como não ver a monumentalidade do Pantheon, uma das
obras-primas da arquitetura italiana e um dos edifício melhor preservado da
Antiga Roma (2)? Ou não se encantar com as fontes, que são um hino à água
e à vida? Fontes maiores do que praças, tal é a sua majestade. Basta ver a Fontana dei Quattro Fiumi na Piazza Navona ou a Fontana di Trevi, encaixada num cantinho, onde não sobra espaço para ter esta fonte
monumental (3).
Respiramos fundo.
Será possível não sentir o coração apressar-se
quando entramos nas grandes praças, como a Piazza del Popolo,
a Piazza di Spagna ou a Piazza Venezia (4), onde se intersetam as grandes
artérias da cidade, numa espécie de local de encontro dos pontos cardinais?
Destaco a Piazza Venezia, para mim a praça que figura o beijo dos tempos
históricos que coexistem em Roma, do relicário da Via dei Fori
Imperialie ao cosmopolitismo
da Via del Corso. E
a sobrançaria do Castel Sant’Angelo?
Que se impõe altivo nas margens do Rio Tibre, dono de si só desde o ano 139 (5). Como lhe ficar indiferente?
Ficamos em silêncio por uns momentos...
... até porque do terraço superior
do Castel Sant’Angelo temos uma vista única sobre a Basílica di San
Pietro, na cidade do Vaticano. Não há como não olhar, sentindo a proteção
do Arcanjo Miguel, simbolizado numa estátua que coroa o edifício.
Uma visita aos Museus do Vaticano, à Capela Sistina ou à Basílica
é uma ode à contemplação dos céus (6). O que tem de opulência e sumptuosidade,
tem de carisma e comoção. O que tem de edificação e história tem de crença e
fé. Cada um/a escolherá o que pesa mais enquanto pisa o solo sagrado.
Roma tem história (por) dentro, o que faz dela La Città Eterna,
difícil de rivalizar...
(to be continued...)
(1) Colosseo, Foro Romano e Palatino |
(2) Pantheon |
(3) Fontana di Trevi e Fontana dei Quattro Fiumi |
(4) Piazza Venezia, Piazza del Popolo e Piazza di Spagna |
(5) Castel Sant’Angelo |
(6) Musei di Vaticani, Capella Sistina ou à Basílica di San Pietro |
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