domingo, 18 de junho de 2017

Ilhas Cíes: as “ilhas dos deuses”

Reza a lenda que Deus escolheu as ilhas Cíes para descansar, depois de criar o mundo. Outras rumorejam estórias de piratas e invasões. Qualquer uma das narrativas nos leva a viajar por tempos remotos e antecipa o misto de beleza e aventura que as ilhas nos reservam.

As ilhas Ciés  formam um arquipélago de três ilhas que constituem o Parque Nacional das Ilhas Atlânticas da Galiza (Vigo, Espanha). Representando a natureza no seu esplendor, as ilhas são também um paraíso de praias de areia branca e fina, e de água cristalina. Não é exagero! A praia de Rodas, a mais conhecida, foi classificada pelo jornal The Guardian, em 2007, como uma das mais belas praias do mundo. Mas há outras, igualmente belas. A temperatura que se faz sentir nas ilhas é de “escaldão”, contrabalançando com as águas gélidas do mar! Mas é muito difícil resistir à tentação de um mergulho!
Fui às Ilhas Cíes, pela primeira vez, há dezoito anos. Estava a passar férias em Baiona e alguém de lá nos disse que seria uma viagem imperdível. Na altura só queríamos praia, e foi isso que fizemos. Mas não me esqueço do deslumbre de lá chegar e de sonhar um regresso, que seria certo. Demorou, é verdade, mas regressei às ilhas o ano passado, no âmbito de uma Expedição organizada pela Borealis (http://www.borealis.pt/). O deslumbre foi igual, mas percebe-se que por muito que se tente as ilhas não conseguem ficar imunes ao turismo que se faz sentir.
O dia foi fantástico, entre trekking, descansos demorados e banhos de sol. A travessia fez-se de ferry, a partir do porto de Vigo. Chegados/as à ilha, percorremos os vários trilhos que estão mais ou menos desenhados - Faro da Porta, Alto do Príncipe, Faro do Peito e a caminhada até ao Farol de Cíes. Cada um, há sua maneira, permite-nos momentos de cortar a respiração. O percurso fez-se a pé, adentrando a natureza. O som da água está sempre presente. A cada esquina, um miradouro, uma reentrância, um nicho de beleza. Aquele mar... ai aquele mar que mais parece uma piscina de azuis e verdes infinitos... ora azul turquesa, ora verde esmeralda. Não pernoitamos, mas o único alojamento disponível nas Ilhas é o parque de campismo.  
Mais uma vez as aves dominam e, de forma irremediável, mostram aos visitantes que eles/as são apenas isso: visitantes. Fiz este mesmo comentário na minha última crónica sobre as Berlengas. Elas são as donas das ilhas. Fazem voos rasantes de quem tem o poder de contemplar, todos os dias, aquela obra-prima.
Se nunca foste às ilhas Cíes, não deixes de ir. Podes ir sozinho/a ou em grupo, com a família ou com amigos/as. As praias são lindas, mas não vás apenas pela praia! Os segredos de natureza que estas ilhas escondem são para ser descobertos. Algo que se chama “ilha dos deuses” só pode ser um paraíso!













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