" A pista é curta e o aeroporto por onde se passeiam pessoas e animais tem pouco que ver com a realidade europeia. Mas mais indícios anunciam um mundo novo. O calor húmido. A pilha de malas e caixotes. A nostalgia impressa nos cartazes e na arquitectura do edifício. E o olhar doce das pessoas que vieram ao aeroporto, não para receber um familiar mas tão-só para ver os recém-chegados (...). Tudo nos dá a sensação de estar a aterrar nos anos 70, num país onde a chegada de um avião ainda é um acontecimento.E assim nos sentimos durante algum tempo. Como um acontecimento. Que atrai os rapazes vendedores de colares e aspirantes a guias turísticos, os cambistas de rua e as crianças que correm a toda a hora à nossa volta, pedindo “doce, doce”... Vivem-se as primeiras impressões, entre o impacto de tanta beleza concentrada num pedaço de terra tão pequeno (...) e o constrangimento de assistir a carências primárias injustificáveis. O estranho é que a pouco e pouco perdemos essa importância e, se nos permitirmos a felicidade, tornamo-nos personagens deste registo cinematográfico neo-realista.
O segredo é entrar no ritmo “leve, leve” dos são-tomenses, como eles próprios o definem. Um povo com uma candura desarmante e uma forma de estar que nos induz (e seduz) calma, tranquilidade e também uma total falta de pressa. Há quem diga que é apenas a força das paragens tropicais que tudo anestesia e nos impele a respirar de outra forma e com mais prazer. Aqui sabe bem viver um dia atrás do outro, deixar o tempo passar e perder a noção dele. É assim que vivemos os restantes dias, entre um passeio na cidade, as memórias das roças, um mergulho no mar à sombra de uma árvore-carroceiro e uma pausa para deixar passar a chuva tropical e sentir o cheiro a terra molhada." (Rotas e Destinos, Junho de 2008 - http://www.rotas.xl.pt/0608/700.shtml)
O segredo é entrar no ritmo “leve, leve” dos são-tomenses, como eles próprios o definem. Um povo com uma candura desarmante e uma forma de estar que nos induz (e seduz) calma, tranquilidade e também uma total falta de pressa. Há quem diga que é apenas a força das paragens tropicais que tudo anestesia e nos impele a respirar de outra forma e com mais prazer. Aqui sabe bem viver um dia atrás do outro, deixar o tempo passar e perder a noção dele. É assim que vivemos os restantes dias, entre um passeio na cidade, as memórias das roças, um mergulho no mar à sombra de uma árvore-carroceiro e uma pausa para deixar passar a chuva tropical e sentir o cheiro a terra molhada." (Rotas e Destinos, Junho de 2008 - http://www.rotas.xl.pt/0608/700.shtml)